segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Wizards of the Coast anuncia oficialmente a 5ª edição de Dungeons & Dragons!


4ª edição de D&D, lançada em 2008, foi tanto revolucionária quanto conturbada. As mecânicas conseguiam criar um jogo extremamente equilibrado dentro das regras, sem as abominações que algumas regras furadas da 3ª edição permitiam. Ficou também um pouco mais fácil para os iniciantes jogarem, e em pouco tempo, a 4ª edição só aumentou de tamanho.
Mas a cada novo livro, com regras ainda mais equilibradas e definidas, e material cada vez mais expandido, o sentimento da comunidade de RPG, sejam designers ou jogadores, sejam adoradores da 4E ou gente que mesmo não gostando até jogava, começou a sentir que a edição estava mecânica demais.
O número de livros e suplementos lançados para a 4E entre 2008 e 2012 não chegou nem na metade da enorme quantidade lançada para a 3ª edição, entre 2000 e 2008. Mesmo assim, os desenvolvedores prezavam tanto pelas regras e pelo equilíbrio da mecânica que conseguiram desgastar a edição rapidamente, e a própria Wizards of the Coast, que comprou os direitos de D&D da TSR ainda nos anos 90, admitiu isso.
No entanto, a culpa não é somente da 4E e de suas regras. O declínio nas vendas de todos os sistemas de RPG (exceto os mais independentes, que ficam numa marge de sucesso boa para seu tamanho) vem desde 2005; um declínio lento e firme, mas um declínio mesmo assim.
É por isso que a WotC anuncia oficialmente, hoje, dia 9 de janeiro de 2012, a 5ª edição de Dungeons & Dragons! Quem já estava no fórum oficial de discussão, já sabia que o anúncio estava a caminho. O anúncio oficial da 5E chegou às 13h, horário de Brasília, mas o New York Times fez o anúncio uma hora e meia antes, falando até demais. Os blogs de RPG do mundo todo se revoltaram pela quantidade de material que o NYTimes revelou, visto que todos concordaram em liberar os materiais apenas após o anúncio oficial.
O desenvolvimento da nova edição do sistema será feito em conjunto com os fãs. Todos os desenvolvedores, entre eles o respeitado Monte Cook (que estará no Brasil neste ano!) ficarão constantemente acompanhando o feedback dos fãs, através do fórum de discussão, de pesquisas e simples enquetes. O objetivo é que a criação seja um conjunto de ideias dos jogadores e mestres, assim como um jogo de RPG é o resultado da imaginação conjunta do mestre e dos jogadores.
Para tornar o RPG mais atrativo nesta época de tantos jogos eletrônicos que entregam mundos fantásticos e jogabilidades excelentes, os desenvolvedores querem voltar ao sentimento do RPG de mais de 3 décadas atrás, quando as propagandas na TV de D&D prometiam verdadeiros mundos fantásticos para a sua imaginação. A questão é: como criar interesse nisto nesta época?
Outro problema dos RPGs atuais era o mercado de card games e war games, com miniaturas e cartas, dos quais a 4E até conseguiu abocanhar uma boa parcela de jogadores, mas não conseguiu dosar tanto. Apesar de não expressar obrigatoriedade no sistema, era quase impossível jogar a 4E sem um tabuleiro ou sem miniaturas.
Nada de mal em jogar com minis ou mapas (a maioria até prefere), mas com um sistema baseado em quadrados, era difícil conseguir jogar sem os acessórios. Mais difícil ainda era você usar os acessórios, mas encontrar com a falta de acesso, ou com produtos bem caros aqui no Brasil (devido à importação). Como isso será na nova edição?
Mais um problema da 4E foi também os serviços com seus programas, através do D&D Insider. O acesso aos artigos e publicações sempre foram excelentes, assim como a primeira ferramenta, o Character Builder. No entanto, o Character Builder tornou-se exclusivamente online, ajudando aos usuários de Mac e Linux, mas atrapalhando quem queria acesso ao programa offline. A mesa online, prometida ainda antes do lançamento da edição, viu sua edição alpha de testes só no último ano, e estava deveras capenga.
Os jornalistas especialistas acreditam numa coisa: se tivermos tempo de teste o suficiente, com a forma correta de interpretar o feedback dos jogadores, procurando em primeiro lugar trazer o sentimento de jogo do RPG clássico, a 5ª edição será um verdadeiro tesouro. O medo de alguns se encontra no fato de a Wizards of the Coast querer agradar a todos os tipos de jogadores.
O cenário principal voltará a ser o Forgotten Realms, que será suportado desde o início do desenvolvimento e lançamento do sistema. No entanto, os desenvolvedores avisaram que todo o cenário em qualquer parte de sua história será suportado! Você não precisará jogar desde os eventos mais recentes se não quiser, e pelo menos agora você terá o suporte das regras para fazer isso.
Você pode participar do desenvolvimento de várias formas. Por enquanto, você pode acompanhar os artigos semanais Rule of Three e Legends & Lore e se registrar para participar de futuros playtests (o Brasil não deve estar incluído a princípio). E claro, acompanhar o site oficial, assim como a comunidade oficial da Wizards of the Coast.
O grande propósito da nova edição, assim como sua forma de criação, é fazer com que pessoas novas ou velhas no hobby aprendam ou lembrem do verdadeiro sentimento e da alma de D&D.
O que você acha, nerd rpgista? O que você pensa que deve ter nessa edição? O que tem que se manter ou se adicionar das edições anteriores, e o que precisa sair ou não entrar de volta? Comente aí!
Via NYTimes e ENWorld

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